domingo, 11 de setembro de 2022
Eu, Autista.
sábado, 3 de setembro de 2022
Quando Desisti de Ser Trans e Meu Primeiro Beijo
Quando eu tinha entre 3 e 7 anos, acredito que foi o período que comecei a, digamos assim, performar minha identidade de gênero. De uma forma infantil e instintiva, percebi que minha principal identificação e afinidades não eram com pessoas do sexo masculino, mas sim do feminino. Meus modos, interesses, maneira de fazer muita das coisas, como desenhar e brincar eram também de uma forma na época considerada tipicamente feminina, se formos analisar os estereótipos de gênero mais padronizado que vigia na época. E meu pai notava isso e não gostava nada. Não permitia que eu brincasse de bonecas e, quando aprendi a desenhar e fiz minhas próprias bonecas e princesas de papel, que eu recortava para brincar e guardava cuidadosamente num saquinho transparente, ou quando aprendi com minha tia, a mesma que me ensinou alguns dos primeiros traços de desenho que depois fui aprimorando, a desenhar bonecas para vestir, desenhando com esmero elas de sutiã e calcinha e as roupinhas com abinhas que se dobravam atrás da bonecas, meu pai rasgava elas. Eu já contei isso na minha última postagem, mas volto a esse ponto pois isso me marcou muito, já que por diversas vezes me dediquei ao trabalho de criar essas bonecas, e tentar escondê-las de meu pai, mas ele sempre acabou achando e elas sumiam. Minha mãe eu lembro que me dizia para guardar onde ele não achasse, mas esse lugar não existia. Ele fez isso tantas vezes que acabei desistindo de recortar as bonecas que desenhava para brincar. Assim, continuei a desenhar, mas então comecei a fantasiar as brincadeiras e histórias apenas na minha mente.
Algumas vezes, quando via minhas primas, tentava brincar de bonecas com elas, mas quando os adultos me viam com uma Barbie era certo que haveria uma reprimenda e portanto não dava muito certo a brincadeira. No geral eu era uma criança bastante solitária, sem amigos, pois sofria bullying desde muito cedo e acabava ficando um pouco isolada em espaços com outras crianças estranhas. O bullying, adivinhem, era LGBTfóbico e apesar de as vezes sofrer de alguns primos isso também, no geral eles me integravam às brincadeiras. Também tenho dois irmãos, um mais velho que durante a infância era abusivo e um mais novo, com quem sempre brinquei muito. Mas no geral nessa época eu era meio solitária se não fosse pelo meu irmão.
Também nesse período, lá pelos 6 anos, dei meu primeiro beijo. E foi num menino. Lembro que ao lado do prédio onde eu e minha família morávamos tinha uma colégio com uma pracinha no pátio da frente, com uma daquelas casinhas pequenas que a crianças consegue entrar, e eu e um menino negro, estávamos nessa pracinha brincando. Realcei o fato de o menino ser negro pois eu me sentia atraída por meninos negros. Digo atraída no sentido de me aproximar. Creio que por no endereço que morávamos anteriormente, ter sido vizinha de dois meninos irmãos negros que eram o mais próximo de amigos que tive na época, pois brincávamos juntas e as vezes eu ia na casa deles. Isso num bairro super família que vivíamos antes de eu completar 5 anos. Também notei hoje, analisando, que algumas vezes eu acabava tendo aproximação com crianças que de uma forma ou outra acabavam sofrendo algum tipo de bullying ou rejeição. Muitas vezes negros também tem lidar alguma espécie de preconceito e discriminação desde a infância, inclusive no ambiente escolar e talvez isso gerasse uma certa identificação. Digo isso pois nessa mesma época, no ano anterior se não me engano, quando estava no Jardim B, havia passado um período, que achei maravilhoso, "amiga" de um colega, também negro, que estava com catapora e que por isso ninguém queria se aproximar. Não entendam mal, não estou dizendo que eu era uma santa por isso, e nem que ficava feliz por ele estar com catapora, mas eu era isolada pela turma, ele estava sendo também, achei natural brincarmos juntos e pensei ter feito um amigo. Porém depois que ele melhorou eu lembro que um dia fez bullying comigo junto com as outras crianças e eu vi que a amizade não havia durado. Entendo que talvez tenha sido por pressão social para ser aceito, mas o fato é que fiquei muito magoada e lembro disso até hoje. Mas voltando ao beijo, um ano depois, com 6 anos, eu estava brincando com outro menino negro que parecia gostar de mim e de quem eu gostava também e lembro que nós entramos na casinha da pracinha e não sei se estávamos brincando de casinha, tipo pai e mãe ou o quê, mas acabamos dando alguns beijos selinho ali e depois atrás da casinha. A sensação foi vagamente estranha e maravilhosa. Foi aqueles beijos bem infantis mesmo, onde nos inclinamos para a frente e fazemos biquinho, mas tudo muito inocente. Lembro que tinha algo a ver com a brincadeira e que foi muito bom, só isso. Porém eu não sabia que meu irmão mais velho viu. Ele estava por perto (o prédio onde morávamos era ao lado) e estava me espionando e me disse para parar e avisou que ia contar para meu pai. A partir daí não lembro do que aconteceu logo a seguir, pois eu tinha noção de que estávamos fazendo algo secreto, escondido, talvez "errado", só não tinha noção de qual o grau da infração. Mas lembro que fiquei assustada pelo jeito que meu irmão falou e pelo menino ter ficado asssustado também.
Acabei tendo que ir para casa, fiquei 15 dias de castigo sem poder sair para brincar e fui proibida de brincar com o menino, tipo, pra sempre. Além disso recebi uma reprimenda heteronomativa e LGBTfóbica que me ensinou que aquela era uma das infrações mais graves que poderia haver. Não me lembro se dessa vez apanhei, mas lembro que fiquei muito impactada pelo resultado de um gesto de afeto entre duas crianças. E assim e o menino com quem tive meu primeiro beijo fomos afastados para sempre sem que eu entendesse muita coisas além de que a forma como eu era e as coisas que eu sentia eram erradas. Pois apesar de não me recordar exatamente daquilo que foi dito para mim, sei que que a conversa passou pelos tópicos gênero e sexualidade (tu é um menino, menino não beija menino, essas brincadeiras não são de menino, tu tem que se comportar como menino...) e aos seis anos de idade eu fui parar numa psicóloga. Meu pai, antigamente, dizia que me colocou na psicóloga para ver o que tinha de errado comigo. Pelos motivos que citei no início, as coisas "de menina" que eu fazia. Coloco entre parênteses o de menina, pois hoje sabemos, pelo menos pelo que entendi, que não é necessariamente o gênero que define o comportamento e nem o comportamento que necessariamente define o gênero. É tudo muito subjetivo. Mas meu pai queria que ela resolvesse o que estava errado. Hoje ele diz que era para eu aprender a lidar aquilo, mas durante anos o discurso foi esse outro. Com o tempo e muita conversa ele acabou entendendo que eu era daquele jeito e pronto. Mas a verdade é que houve muitas tranquilizações, ao longo dos anos que aquilo não queria dizer que eu fosse viado ou transexual. E eu ficava sabendo sobre essas conversas deles com minha psicóloga. Não me entendam errado, a minha psicóloga era ótima, me acolhia e me permitia ser eu mesma nas consultas. Através dela aprendi a escrever histórias, costurar e finamente tive acesso uma boneca. Era a boneca de uma família de bonecos de pano padrão pequenos , do tipo que os psicólogos infantis usam, e aprendi a costurar lãs na cabeças delas para colocar cabelos coloridos, fazer tranças. Posteriormente elas me deu essa boneca e consegui guardar ela em casa. Mas era como se pesasse sobre a "permissão", pois meu pai não rasgou ela, a promessa muda de que eu seria um menino cisgênero heterossexual.
E foi então que lá pelos 7 anos de idade abandonei a "questão de gênero" que fervilhava na minha cabecinha infantil e entendi, frente a toda pressão, que eu tinha que ser menino. Que essa era minha única opção. E na minha cabeça nasceu uma coisa que ia me atormentar pelos 29 anos seguintes, chamada ideação suicida. Pelo menos é como vejo hoje, aos trinta e oito anos, após aos 36 ter conseguido me libertar do monte de amarras que me prendiam e ter resolvido remexer a questão de gênero, ter me assumido como uma menina transgênero não-binária, adotado exclusivamente o pronome feminino e roupas femininas e estar cada dia mais descobrindo minha feminilidade. E isso me dá forças. Durantes anos tive tentativas de acabar com tudo. Mas agora estou libertando a menina que esteve aprisionada por anos numa torre dentro de mim, e isso me fortalece para enfrentar as coisas com um olhar diferente, um olhar de esperança, de alguém que está realmente em busca da plenitude, pois antes, como eu poderia viver plenamente, ser plena, se nem minha real identidade de gênero eu conseguia viver? Claro que ainda tenho momentos de dúvida, depressão e tristeza. Continuo lutando contra outras questões. E as vezes tem questões relativas a transgeneridade, como a transfobia. Quer dizer na verdade, nada muito diferente do que eu já enfrentava, pois sempre sofri LGBTfobia pelo meu jeito pura e simplesmente , nunca por demonstrações de afeto com rapazes ou algo assim. Portanto já era o mesmo tipo de masculinidade tóxica e ódio que jogavam contra mim. Mas agora eu não tento mais performar masculinidade. Eu sou feminina e sinto-me mais forte e feliz para lutar contra o ódio e preconceito. E para me manter bem o máximo possível frente a eles. E a ideação suicida ficou para trás, acredito que para sempre, que a Divindade me ajude para que seja assim. E hoje, meu pai, após 2 anos se negando a aceitar o fato e lutando contra com todas a forças, parece ter entendido que tem uma filha, e que de ela poder ser isso, uma menina, depende a felicidade dela. E ele e minha mãe pouco a pouco a pouco estão aprendendo a usar o nome que escolhi e o pronome feminino para se referir a mim. O nome inclusive eu retifiquei na certidão de nascimento e em todos meus documentos, assim como consegui colocar na certidão de nascimento o gênero como não-binário. Escrevo esse texto para me sentir melhor, compartilhar e quem sabe ajudar alguém que esteja precisando. Fico por aqui. Beijos e obrigada aos que lerem.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
A Mulher Que Há Em Mim - Relato De Uma Transgênero Em Descoberta
Olá gente. Hoje estou aqui para falar de mais uma faceta de quem sou, que, atualmente (e em muitos outros momentos da minha vida), ocupa um espaço gigante na minha cabeça: O meu gênero.
Recentemente me assumi como transgênero não-binário e muitas pessoas ou simplesmente não aceitaram a ideia (como se isso coubesse a elas!) ou não entenderam o que eu estava dizendo. NORMAL, até relativamente pouco tempo, nem eu e nem uma grande parcela da sociedade estava disposta a pensar ou aceitar que gênero NÃO É sempre algo absoluto ou definido pelas características físicas com as quais nascemos. Mas vejam bem, NORMAL não quer dizer correto, pois quem tem que aceitar-se é a própria pessoa, cabendo aos outros respeitar aquilo que cada um é dentro de sua individualidade como ser humano. Portanto, mais do que na hora de eu, pelo menos, pensar sobre isso e de todo mundo parar de querer dar pitaco naquilo que os outros são.
Mas, como muitas pessoas próximas que gostam de mim se interessaram por entender do que eu estava falando e pareceram meio confusas, resolvi dar mais uma pesquisada e explicar um pouco daquilo que aprendi sobre a trangeneridade e sobre mim mesma. Pois acho que eu, apesar de uma transgênero não-binária, prefiro ser chamada por pronomes femininos, não masculinos. Mas, também como alguém que se identifica atualmente como não-binária, não renego os pronomes masculinos e deixo, pelo menos por enquanto, a cargo dos outros a decisão de qual pronome usar, até por que, vivo com meus pais, e o meu pai especialmente está sendo difícil (ele, mas creio que também PARA ele) como sempre, e estou gradualmente efetuando as mudanças na minha vida que estão trazendo minha felicidade. Também tem o fato que eu mesma costumo referir a mim mesma com o pronome masculino na maior parte das vezes. Passei 36 anos, devido a diversos fatores, reprimindo meu gênero e as coisas até para mim mesma às vezes demoram a se adaptar. Mas confesso que quando usam o pronome feminino para me designar, apesar de minha aparência não ser necessariamente ou exclusivamente feminina, sinto um prazer secreto e especial. Bom, agora, deixou pelo menos de ser secreto.
Quando digo que "passei 36 anos", é por que sempre me identifiquei muito mais com o gênero feminino, apesar de me portar como rapaz. O que sabia até então é que era gay e achava que isso fosse comum, mesmo quando descobri que não é necessariamente uma regra e que ser homossexual é uma definição de sexualidade, não influindo, necessariamente, na definição de gênero. Sempre tive mais amigas do que amigos. Apesar de que amigos íntimos tenho poucos, por motivos que pretendo explanar em postagens posteriores. Na verdade diria que sempre transitei e me relacionei mais e melhor com mulheres, não com homens, fossem eles héteros ou gays. Minha identificação com o sexo masculino sempre foi muito mais limitada do que a com a garotas em geral. Quando era criança, me lembro de observar e admirar, desejoso de poder experimentar também, diversos atributos que por muito tempo, ou dependendo da época, são considerados mais tipicamente femininos, como cabelos compridos, maquiagem , adereços como joias ou bijuterias e determinadas roupas. Quando muito pequeno o desejo de experimentar transbordava e me lembro de utilizar camisetas compridas com cintos na cintura dividindo-as, de forma a tentar configurar algum tipo de saia ou vestido curto, apesar de sempre evitar estar perto do meu pai nesses momentos, pois ele já havia me censurado por esse comportamento, ainda que hoje em dia ele diga não lembrar-se disso e que nunca dei nenhum aviso de ser transgênero ou ter essa fascinação e identificação pelo mundo feminino. Permitam-me rir aqui, pois eu me lembro de meu pai rasgando meus desenhos quando eu comecei a desenhar aos 2 anos e lá pelos 3 ou 4 anos tentava retratar princesas de vestidos FABULOSOS e príncipes ENCANTADOS que as salvariam de suas atribulações. Eu também, como ele mesmo conta, "não desenhava como menino e tinha algo de MUITO ERRADO na forma como eu desenhava" as casinhas detalhadas com janelinhas com cortininhas cor-de-rosa e vasos com minúsculas florezinhas coloridas e céus com nuvens fofas e sol com carinhas felizes, ao invés de desenhar carrinhos, naves e soldadinhos ou guerreiros como meus irmãos faziam. Eu até desenhei guerreiros, na verdade, quando mais velho, mas na verdade era normalmente um guerreiro encarregado de proteger um lindo, porém delicado e frágil, "príncipe", já que eu não podia ser princesa na minha imaginação, como já então era nas minhas mais secretas (ou não) fantasias internas. Assim fui crescendo e me reprimindo cada vez mais na questão de gênero, enquanto tentava a todo custo me encaixar na figura masculina que deveria, mas sempre falhando miseravelmente apesar de na maior parte do tempo me vestir com roupas de rapaz e algumas vezes de menino.
Na adolescência, me assumi primeiramente como bissexual para meus parentes, e tenho que rir aqui pois, na verdade, minha única namorada de verdade foi quando tive 9 anos e apesar de nos beijarmos no sofá da casa dela, meu momento preferido, não por culpa dela, que era linda e uma querida, (lembremos que ambos eramos crianças) era quando íamos brincar com suas Barbies e apesar de ela querer que eu fosse o Ken, minha "namorada" generosamente me emprestava a Barbie noiva, ou a Barbie grávida (lembram, a que tinha um bebê na barriga postiça que podia ser retirado de lá) para que eu pudesse me sentir mais feliz na brincadeira. Isso durou um ano e lembro-me que a mãe e a vó dela me adoravam, e todos os dias me davam um lanche sempre muito aguardado e que nunca implicava em nenhuma cobrança, pessoas generosas que eram, permitindo-me viver coisas que talvez eu não pudesse viver em nenhum outro lugar além daquele. E a verdade é que na época de minha adolescência eu me assumia para mim mesmo e para minhas amigas como gay, não como bissexual, tendo sido isso apenas um subterfúgio por medo da reação de meus pais, principalmente da de meu pai. Até fiquei com algumas meninas, no início de minha adolescência, mas, na verdade, ainda que eu admirasse suas belezas físicas ou apreciasse suas companhias, quando não estávamos tendo que nos beijar, foi por uma parcela muito pequena de experimentação e na maior parte por ter cedido às pressões sociais, infelizmente, para mim e para elas, pois inevitavelmente, se havia algum tipo de sentimento mais sério por parte delas, ambos sofríamos. Mas também não foram muitas e na maior parte das vezes eu procurava, dentro do possível para um adolescente na minha situação, preservá-las de sofrimentos maiores.
Então, quando "me assumi bissexual" houve uma grande rejeição de meu pai que, desde que eu era muito novo, mantinha enorme afastamento sentimental de mim e com quem eu tinha muitos conflitos por conta disso há um longo período. Ele, na maioria do tempo, esteve presente apenas como o provedor da casa em relação a mim e realmente me forneceu o necessário para minha sobrevivência e às vezes um ou outro supérfluo ou presente. Era certa sua quase total ausência na área afetiva e suas posturas e atitudes extremamente brutas e ignorantes, quando era chamado a esse papel. Ele estava presente fisicamente, algumas vezes, porém mais como uma figura de julgamento e condenação, não como um pai de verdade. Eu tinha apenas um 3 em 1, um banco, com todas as posturas unilaterais e "desinteressadas" (Faça-me rir) de um banco, uma espécie de "rígida" polícia da "moral e bom costumes" e por fim um juiz parcial, preconceituoso e quase sempre intransigente. Só que isso tudo cobrou de mim um preço muito alto na construção da minha inteligência emocional e de muitos outros setores da minha vida. Eu FIZ terapia desde os 6 anos de idade, mas não tem 1 ou 2 horas de terapia por semana que substituam a presença AMOROSA E AFETIVA de um pai na formação de uma criança ou adolescente. Hoje entendo um pouco de suas limitações, MAS isso não muda a realidade que vivi também e que, assim como a DELE, o levou a agir da forma que agiu comigo, levando-me a enfrentar inúmeras coisas que talvez não tivesse que ter enfrentado de outra forma.
E esses foram alguns dos motivos que me fizeram levar 36 longos anos para sair da prisão de medo, repressão e preconceitos imputados a mim e assumir minha transgeneridade. E como podem ver ainda uso o gênero masculino para referir-me a mim mesmo, principalmente quando estou lidando com meu passado, pois querendo ou não durante muitos anos assumi o papel de um menino. Não de um homem, vejam bem, mas de um menino, um menino forte, possuidor de beleza, sensibilidade, mas também justamente por isso, de muitas falhas e fragilidades que o levaram a errar e cair algumas vezes no caminho. Que se recusava a crescer, pois se crescesse e se tornasse um homem, estaria se mutilando, amputando de si talvez a parte mais bonita que possuia e de onde se originava e ainda origina a maior parte da força para ter conseguido sobrevir por esses 36 anos: A mulher que há em mim.
O menino no momento ainda existe e passou por muita coisa, porém no momento, quem está desabrochando, como uma flor às vezes consegue surgir em meio à adversidade e dar sua beleza para o mundo em um momento tão difícil, mas também tão lindo, como está sendo esse na minha vida, é essa mulher tão bela e resiliente, como algumas vezes certas flores de rara força o são.
E é essa mulher que eu hoje celebro, e esse menino também, que foi tão necessário na minha jornada e que me mantiveram vivo até agora, tendo conseguido transpor todos obstáculos e dificuldades que acabei encontrando nesse mundo muitas vezes tão árido e sem cor em que vivemos.
Porém agora cansei de escrever e creio já ter escrito o suficiente para uma postagem, por isso fico por aqui, me despedindo e avisando que pretendo voltar ao assunto numa próxima postagem para tentar explicar um pouco sobre minhas descobertas relativas a classificação de transgênero, não-binário, se é que não-binário é a classificação correta definitiva, pois estou em processo de descobertas e não estou fechando questão sobre assuntos referentes a gênero, exceto na parte da trangeneridade. Essa é uma certeza, que só tive a coragem e compreensão para aceitar agora, mas que Graças à Deusa, a Deus e a minha força, estou aqui para aceitar e lutar por ela. Por quem sou na minha essência mais profunda, forte, bela e resiliente. Beijos aos que lerem.
terça-feira, 5 de novembro de 2019
Irônico
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Peso Morto
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Silêncio
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
Medo da Escuridão
Sempre tive medo, não, medo é pouco. Sempre tive pavor da ESCURIDÃO. Assim mesmo, em maiúsculas. Creio que temia por quê, de alguma forma, sabia de antemão que seria engolido por ela. Que ia afundar num lodaçal até sumir na ausência de luz. Que os fantasmas e demônios que a habitam iriam me escravizar, torturar e corromper. Que iriam me enlouquecer e que, se é que isso era possível, deixariam (e deixaram) a escuridão mais negra, sombria, violenta e sádica do que nunca. Que, a partir de então, meu mundo não teria mais cor, brilho ou luz. E o mundo que me sobraria seria feito de paranóia, tristeza, dor e medo.
E lembranças. De tudo que sofri e que só quem sofreu também consegue entender. Os abusos ininterruptos que vivi, até eu me achar um lixo. Até eu realmente achar que valia menos do que nada, que não valia porra nenhuma e começar meu processo de auto-destruição. Algo que quase consegui.
Alguma coisas consegui destruir:
- Minha crença na bondade humana;
- Parte do meu amor próprio, da minha auto-estima;
- A confiança nos homens;
- A confiança nos meu pais;
- A confiança no mundo;
- O Bom funcionamento da minha mente;
E por último, mas não menos importante, MEU SONHOS.
Hoje tenho que lutar contra a loucura, para não ser completamente engolido por ela. Para dar ouvidos aos pensamentos sensatos, não à paranóia.
Eu achava que o tratamento que estou fazendo agora, o ECT, me ajudaria a voltar à luz. Mas descobri que ele apenas tenta me ensinar a enxergar no escuro. Mas sou engolfado pelo desespero ao perceber que até isso exige uma força enorme, que já eu tive, antes de a vida me corromper, mas que agora acho que não tenho mais.
E percebo que morro lenta e dolorosamente, o que me causa a dúvida se não seria mais misericordioso comigo mesmo, morrer tudo de uma vez só. Acabar com todos os sofrimentos, ao invés de ser obrigado a saboreá-lo gradualmente.
Partir.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Déjà Vu (Repetindo Minha Vida)
E minha velha e boa ideação suicida, está de volta. Agora, após os 12 ECTS, achei que não ia sentir nada negativo, ou pelo menos que iam diminuir meus sentimentos depressivos, minha angústia, minha ansiedade, minha insegurança e minhas paranóias. Ou melhor, que iam diminuir os sentimentos depressivos, a angústia, a ansiedade, a insegurança e as paranoias. Pois não quero que elas sejam minhas. Quero que elas não me pertençam mais. E, como disse, achei que iam diminuir. Mas agora parecem estar de volta.
Tenho tido muitos “déjà vu”. E começo, depois da repetição de acontecimentos e situações ficarem muito comuns, a duvidar de que sejam realmente “déjà vu”. Começo a pensar que estou realmente revivendo acontecimentos. Que de alguma forma voltei ao passado e que estou repetindo coisas que já vivi.
Idéias aparentemente insanas pipocam na minha cabeça. E se o ECT de alguma forma faz com que voltemos no tempo? Mas daí meu raciocínio lógico pensa: Então eu não lembraria de ter feito os ECTs.
Mas a ideia mais forte é a de que minha família está em um complô contra mim, por algum motivo. Talvez por me acharem vagabundo. Talvez para fazer eu me tornar mais resistente às frustrações, paranóias, tristezas e por aí vai, então eles criam novas para me testar. Só que todos esses pensamentos me fazem pensar que eles são meus inimigos, e fico sem saber em quem acreditar.
Me dá uma imensa vontade de chorar, um desespero de não saber se posso confiar em alguém. Se devo pegar alguém, como meu irmão, que acho que não faria isso comigo, por exemplo, para perguntar sobre se alguém tentou fazer ele participar dessa farsa.
Por fim, como é de se esperar de mim, me dá vontade de acabar com tudo. De tomar uma nova overdose de remédios, ou pular de um prédio, ou dar qualquer jeito de acabar com todas essas loucuras e insanidades que ameaçam engolfar meu cérebro. Penso então que o melhor meio, é deixar de existir totalmente. Ir embora dessa porra de mundo desgraçado.
sábado, 1 de outubro de 2016
Velhice (Pelo Que Viver?)
domingo, 25 de setembro de 2016
É A Sensação
De que todo mundo que poderia atrapalhar está longe ou tranquilo em relação a mim.
De que se eu tomar aquelas duas caixas de Rivotril, em casa, sozinho, ninguém vai me impedir.
De que ninguém vai me juntar do chão caso eu caia, que poderei me afogar no vômito, se vomitar, e ninguém vai impedir.
É a sensação de ter coragem, e sangue frio.
De ter tomado pela primeira vez na vida uma decisão de verdade e de ir com ela até o fim.
É sensação de que as vozes e risadas de escárnio vão parar.
É a sensação de que a dor e a culpa pelo fato de estar vivo vai cessar de existir.
É a sensação do zumbido de uma mosquinha dizendo que se tudo isso é verdade, por que não tomei junto com as duas caixas de Rivotril, todos os meus remédios da semana que pegara, naquele mesmo dia, com meu pais.
...covarde. Covarde. COVARDE.
É a sensação de que a própria ideação suicida, é covardia.
Uma espécie banal e medíocre de rebeldia. Uma preguiça de lutar. Sim, sou vagabundo assim como sempre disseram. Tenho PREGUIÇA PATOLÓGICA DE LUTAR.
Mas tenho um motivo. Nada nunca é o suficiente. Talvez hoje em dia, seja o suficiente para vocês e vocês achem que com o tempo irei evoluir. Mas para mim não é o suficiente. E meu cérebro, que comando isso tudo, me manda esses sinais o tempo todo. Não de que não sou capaz, mas de que sou, mas sou um vagabundo, marginal, (palavras tiradas do repértorio do meu pai) ridículo, cômico, digno de riso e escárnio e por isso não conquisto porra nenhuma.
É a sensação de que nada que faço, tem algum valor. Seja uma música, seja um texto, um livro, um desenho ou uma pintura.
É a sensação de ser um traste imprestável. Eu luto, luto, luto contra tudo isso e quem me vê, acredita que tenho um super auto-estima. Só que feita do mais fino vidro que você podem imaginar. E uma risada, ou palavra, ou crítica, mesmo que seja na casa do vizinho, mesmo que meu ouvido não distingua o que dizem, meu cérebro se encarrega de interpretá-las e reduzir minha auto-estima ao pedaços. Não vou entrar nos porquês. Eles não importam mais.
A questão é que mais uma vez fiz uma roleta russa. Depois de tomar os remédios, dormir desde terça-feira de tarde até quarta-feira de tarde. Fui acordado, pelo telefonema da minha mãe. Pela milésima vez ela me deu a vida. Claro, não sei se acabaria morrendo caso não tivesse havido a ligação. Não sou médico. Abaixo um trecho da carta que tentei escrever quando tomei os medicamentos. Uma parte acho q que meu cachorro comeu. Da carta, não dos medicamentos.
Tadinhos, quando tomei a superdose ambos vieram ficar do meu lado. Minha linda gata branca Lana e meu cachorro mesclado Toddy. EU disse a eles e sabia que iam cuidar deles, mesmo que sentissem minha falta. Mas confesso que não pensei muito nisso quando fiz a tentativa. Egoísmo. Suicídio é a maior mistura de egoísmo e altruísmo que existe. Egoísmo por que queremos acabar com a NOSSA dor, trabalho e sofrimento. Altruísmo por que vamos, de uma vez por todas, parar de dar dor, trabalho e sofrimento para a as outras pessoas. Mas vamos lá.
“A CARTA:
Um Fim
Desculpem.
DESCULPA, PERDÃO
Mas nunca fui muito bom em queda de braço. Está certo, vocês venceram. Eu, na verdade nunca quis realmente lutar. Só ser salvo. Queria apenas encontrar um príncipe que me levaria em seu cavalo para o felizes para sempre. A vida não é assim. Hoje eu sei que o felizes para sempre não existem. É algo que depende de nós. |É uma luta diária. Ou talvez apenas algo inventando para as pessoas conseguirem seguir em frente vivendo. A questão é que não sei lutar. Falta em mim algum componente essencial.
Talvez seja realmente um vagabundo marginal como dizem tanto. Riam bastante agora. Sou um palhaço e no velório do palhaço, esperam-se risos.
Desculpem se não correspondo as expectativas que você tem, tinham ou tiveram para mim. Estou destroçado. Caindo aos pedaços.
Minha suposta “genialidade e talento”, são apenas manifestações dos pedaços de sentimento sem frangalhos restantes, que tenho pela vida e pelas pessoas.
Desconfiança é uma das palavras mais feias que existem para usar com um amigo, mas…”
E essa foi a carta.
Creio que não tive o resto de energia, nem capacidade para terminá-la, pois já tomara todos os remédios.
Havia nela um setor de agradecimentos, mas foi comido pelo Toddy.
P.S.: Apesar de tudo que escrevi, obviamente estou vivo. Feliz ou infelizmente. Mas já que estou aqui, beijos aos que lerem.
domingo, 11 de setembro de 2016
E Se Eu Dissesse Que Eu Aceito
domingo, 4 de setembro de 2016
A Feira (Cura da Solidão)
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Desvanecendo (O Olhar Que Perdi)
Mexendo nos meus cadernos achei esse poema, que escrevi no auge do meu período de drogadição. Dei uma boa polida nele e aí vai:
Meu mundo descontruo lentamente
Pela ambição de vê-lo
Com olhar de criança
Que jamais será meu novamente
Sem dificuldade me desfaço
Das poucas coisas que me esforçando,
Contra tudo consegui,
Conquistar passo a passo
É mais fácil deixá-lo morrer
O mundo doente
Caminho para a luz
Da alma se desvanecer
Olhos secos, olhar sóbrio
Tudo aquilo que não suporto
Que mais quero abandonar
Postagem 50, 10.000 visualizações e Comentários (É tudo sobre Amor)
É tudo sobre Amor
É tudo sobre Início e Fim.
Tudo começa com Amor e termina com Amor
E entre o Início e o Fim, existe apenas o Perdão.
Que nada mais é do que Amor
Pois Amar é perdoar.
Amor é Perdão.
Só há um Fim se houver Amor
Só há um Começo se houver Amor
Portanto, é tudo a mesma coisa.
O Início e o Fim.
O Amor e o Perdão
O Começo e o Amor
O Final e o Perdão
O Começo e o Perdão.
O Final e o Amor
É tudo que precisamos saber.
Pois isso é Deus.
Deus é Amor
Amor é Perdão.
E isso é tudo que realmente temos.
terça-feira, 16 de agosto de 2016
Plano B (Segurança)
Aquele dia que eu falei que caso tu e a mãe morressem, “eu estaria fudido”, não quis ser e parecer mesquinho. Não estava pensando em herança ou coisa do gênero, muito menos desejando a morte de ninguém. Estava, na realidade, atestando o quão frágil é minha situação nesse mundo. O que me deixa me amedronta terrivelmente.
Em relação a meus sentimentos por ti, o que me deixa furioso é saber que, provavelmente, jamais vou corresponder ás tuas expectativas em relação a mim. E isso é horrível, pois já tenho experiência em não corresponder as expectativas das pessoas. Desde que me entendo por gente, pareço, dentre meus irmãos, primos, colegas de creche ou escolinha ou colégio, ser o que mais se afasta de encaixar-se nos moldes que tu, a mãe, e parece que a maioria dos adultos e o mundo desejavam que nos encaixássemos.
NOVIDADE: Isso não dói só em ti. Dói, talvez mais ainda, em mim.
Então me vejo hoje em dia nessa situação, onde eu sei que as probabilidades de corresponder ao que silenciosamente esperam de mim são quase nulas e as de que tu aceite isso e o fato de que tenho uma doença, atestada por diversos profissionais, que me impede de fazer muita coisa, também.
A raiva, a fúria que sinto, é por todos os motivos acima. É por saber que alguém que eu tanto busquei aprovação, ainda que soubesse não estar fazendo aquilo que esse alguém aprovasse, mesmo depois de todo esse tempo e (supostas) mudanças de ponto de vista, continua a me aprovar apenas parcialmente. Pois não aceita que tenho uma doença e, mesmo ele tendo possibilidade para tal, não me ajuda a pelo menos tentar criar uma rede de proteção para o caso de ele ou a mãe virem a faltar.
Ou seja, não existe um “Plano B”. Para falar a verdade, sequer existe um “Plano A”. Ao mesmo tempo que minha vida é estável, é uma bagunça no quesito segurança.
E que seja o que Deus quiser. Beijos ao que lerem.
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
Duplo (Dor que Corrói)
segunda-feira, 8 de agosto de 2016
Eu Sei Que Não...
quarta-feira, 13 de julho de 2016
It’s All About Love
“É sobre amor” - disse Alice, no final do filme “PARA SEMPRE ALICE”.
E eu decidi lutar. Mesmo que para outras pessoas e às vezes até para mim mesmo pareça uma derrota. Vou fazer mais “ECTs”, se a minha psiquiatra achar indicado. Tem muitas coisas que tenho meio que “esquecido” de mencionar para ela referente às “minhas paranóias” e ao sofrimento que estão me causando. A omissão foi por medo da prescrição de mais ECTs (a dra já havia me sugerido que faria bem) ou até de internação. Medo dos esquecimentos, perda de memória recente e acima de tudo da aura de derrota que o ECT carrega. Do estigma.
Hoje fui na minha psicóloga, pensando em falar para ela o quanto estava bem, por uma série de sinais e fatores que mencionaria para ela. Acabou que eu falei sobre o sofrimento que a paranóia me causa e na possibilidade de fazer ECTs novamente. Tentei contrapor com o fato de que mal me lembrava da época que fiz o ECT, o medo de me tornar um robozinho sem alma, de perder minha essência, de sacrificar aquilo que me torna EU.
Mas então, agora assisti “PARA SEMPRE ALICE”. Na verdade o nome do filme é “STILL ALICE”, algo como “AINDA ALICE”, pois a acompanha a história de uma mulher, relativamente jovem, e brilhantemente interpretada pela talentosíssima atriz (AMO-AMO-AMO) Julianne Moore, que descobre sofrer de um tipo raro e precoce de Alzheimer. O filme mostra todo o desenvolvimento da doença, mas que , no fim das contas, ninguém pode tirar dela ou apagar tudo que ela foi, fez e viveu. Mesmo que ela não lembre. Ainda que no período mais sombrio da doença não pareça, ela ainda é a Alice, a mesma que foi renomada professora de linguística com competência e brilhantismo.
Em certo momento do filme, um dos mais lindos e importantes, na minha opinião, Alice diz que às vezes as pessoas não nos levam a sério, por nosso comportamento estranho ou fala confusa. Na percepção dos outros, e algumas vezes na nossa também, nos tornamos ridículos, incapazes, cômicos. Mas ISSO, NÃO é quem nós SOMOS. Isso é a doença. Alice completa dizendo que apesar de tudo isso, não pensem que ela está SOFRENDO. Ela está, é LUTANDO. Ela fala também sobre perda. Perder coisas. Diz que estamos sempre perdendo algo. Assim como ela perde as memórias. Nada de tão diferente. Ainda que no final do filme, seja dito que nada se perde. Não realmente.
Assistindo ao filme me identifiquei com algumas coisas:
- Com a impotência diante do avanço inexorável, que pode ser retardado, mas não detido, da doença. Afinal, ambas são doenças crônicas, podem ser tratadas, mas não curadas. A dela, o Alzheimer, a minha, o transtorno esquizoafetivo;
- Com a percepção de que nos acham ridículos ou incapazes ou cômicos;
- Até com as perdas de memória. Eu as tenho, quando não por conta do ECT, por causa da quantidade de remédios que tomo, incluindo vez ou outra, o maior causador de esquecimentos, Rivotril;
- Me identifiquei MUITO também com a família amorosa, procurando dar suporte a ela. Apesar de, nas horas de paranóias eu me voltar contra eles ou vê-los como vilões, conspiradores ou sei lá o quê, tem um outro lado meu, talvez o são, que vê todo o apoio, suporte força e compreensão que eles me oferecem. Meu pai inclusive. Claro que nesse exato instante que escrevo isso, minha doença diz que é isso que ELES querem que eu pense. E fica o conflito;
- Conflito. Isso também é algo que me identifiquei. Ela luta contra a doença, se render-se. Assim como eu, seja tomando os medicamentos, seja indo nas consultas ou tendo feito ECT ano passado.
E agora, vou partir para a luta de novo. Pode ser que na cabeça de gente ignorante, EU inclusive, isso pareça uma desistência de lutar contra a doença e rendição ao caminho mais fácil.
Mas o ECT não é fácil. É assustador. Causa amnésia. É extremamente estigmatizado. Mas funciona. Profissionais competentes e minha própria experiência mostram isso. E nenhuma doença filha da puta vai ditar minha opinião para que eu continue sofrendo. Pois agora, como disse Alice, não estou sofrendo. Estou lutando.
E como é dito no final do filme, “é sobre amor”. Tenho pessoas que me amam. Pais, irmãos e irmã, sobrinhos, afilhados, amigos. Meus filhotes caninos e felinos. Tenho todos os motivos para lutar.
Posso nunca derrotar a doença, mas terei vencido. Pois seguir lutando, é uma VITÓRIA.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Mutilações (Derrotas Vitoriosas)