sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Silêncio



Lá, ou  pouco depois de lá.
Após tudo que enfrentamos aqui.
Quando finalmente chegamos
Ou achamos ter chegado ao fim

Costumamos (fingir) pensar haver um paraíso
para onde iremos,
Quando pensamos que acabará
nossa cegueira habitual.

Realmente enxergamos, mas
Só há breu
Ausência de luz.
Há apenas escuridão.
O negror de nada ver.

E nos perdemos em nossas palavras.
Pois as pronunciamos mas nada sai.
Apenas nossa mudez, que preenche
todo o vazio invisível  ao nosso redor.

Onde não  há a surdez, mas mesmo assim
não ouvimos, pois não há o que ouvir.

Onde há apenas o Além.
Onde há apenas a escuridão.
Onde há apenas o silêncio inquebrantável.
O Silencio ensurdecedor.
Que causa tamanho desespero que pedimos,
em silêncio
Sem nem mesmo nossos pensamentos ouvir
Para escutar algo, qualquer coisa.
Não importa o que

E então surge aquela vozinha,
A lhe sussurar no ouvido,
Coisas que só você consegue distinguir
E entender.

E se você acusar que ela está ali
A sua solidão, a incompreensão e ignorância alheia,
O pacto, está tudo selado.
Pois você está no além.
Além da razão.
E o que você ouve, é a insanidade.
O que você ouve é sua nova melhor amiga.
O que você ouve
É a loucura


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