sexta-feira, 18 de junho de 2010

Opção

Estou me sentindo mal. Estou escrevendo na intenção de melhorar.

Agora tem dado para acontecer isso, quando chega o fim da tarde dou uma virada de humor. Ou daria para chamar de queda de humor, se fossemos classificar meu humor por meio de um gráfico. É como se durante parte do dia ele se mantivesse estável, numa linha reta. Esse seria meu humor normal, quando estou bem, ou melhor, quando estou estável. Acima dessa linha reta fica a euforia, quando me sinto ótimo, mais acima ainda fica a “mania” quando me sinto tão ótimo, tão energizado, tão falante, tão exaltado que chega a ser algo angustiante e levemente perigoso para mim. Abaixo da linha da linha do normal fica a sensação que vou chamar de leve depressão, na falta de um nome melhor. Quando estou nela sinto o que estou sentindo agora, uma sensação muito desagradável, sem motivo definido, mas que é extremamente irritante, pois nada faz ela passar e não consigo fazer quase nada quando sinto ela. Não consigo assistir TV, ver um filme, ficar sentado quieto com meus pensamentos. Na maioria das vezes, quando me sinto assim, fico na internet, no Orkut, em comunidades, lendo, comentando. Mas continuo a me sentir mal, até porque a internet é uma coisa meio compulsiva para mim, então me causa aquela sensação levemente desagradável de quando estamos cedendo a uma compulsão, que se soma ao que já sentia antes e deixa eu me sentindo pior ainda, mas ao menos, ocupado com algo. Ajuda a esperar até a hora da janta, que é quando eu tomo minha segunda e mais pesada dose de medicamentos do dia. É a hora que tomo uma dose alta de regulador de humor, mais uma dose alta antipsicótico. O antipsicótico me dá sono, mais ou menos umas 3 horas depois que eu tomo ele, então quando começo a melhorar de humor, mal consigo me agüentar de pé e acabo dormindo. No outro dia acordo bem, como se o dia anterior nem tivesse acontecido e começa tudo de novo. Voltando ao gráfico, ainda mais abaixo da linha do normal, bem mais abaixo, fica a depressão profunda, que já me pegou algumas vezes, mas dela prefiro falar em outro momento.

Agora a verdade chata: Eu estou mal por opção. Eu já falei dessas mudanças de humor para meu psiquiatra e ele quis aumentar a dose do antipsicótico que eu tomo. Eu é que não quis. Primeiro eu não entendia por que aumentar a dose de antipsicótico se estou tendo sintomas de humor, daí ele me explicou que o antipsicótico não me impede apenas de ter surtos psicóticos e me ajuda a conseguir dormir durante na noite, ele na verdade também tem função de auxiliar na regulação do meu humor. Só que esse antipsicótico, apesar ser o que menos tem efeitos colaterais entre os que já tomei (teve um que me fez pular dos 75 para os 100 Kg, tendo 1,81m), ele ainda tem muitos. Quando tomo ele em doses altas, posso ir desde de mijar na cama devido a alta sedação, a dormir até o meio-dia em pleno dia de semana. Porra, eu estou desempregado, com 26 anos e morando na casa dos pais, digamos que mijar na cama e dormir até o meio-dia não ajudam a minha relação com meus pais, com meu pai em especial. Além desses efeitos, mesmo que consigam me acordar de manhã, eu me sinto tão, mas tão sem forças, que é como se fosse desmaiar a qualquer momento, ou quando tenho que caminhar, parece que minhas pernas em instantes vão ceder sob meu peso por falta de forças para sustentá-lo. E é horrível você caminhar sentindo isso, é horrível fazer qualquer coisa sentindo esses sintomas.

Perguntei se ele não poderia aumentar apenas o regulador de humor, mas ele disse que já estamos numa dose altíssima de acordo com meus exames de sangue. Mas conversei tanto com ele, explicando isso que expliquei acima para vocês, que ele olhou melhor os exames que ele concordou em aumentar apenas o regulador, mas salientou que eu estaria então a dose máxima que eu posso tomar desse medicamento sem que ele faça mal para mim. Uma hora eu tenho que perguntar para ele o que aconteceria se eu excedesse essa dose máxima do medicamento. Acreditam que nunca fiz essa pergunta? Só me ocorreu agora, e me deixou curioso. Como o exame que faço para esse medicamento é um exame de sangue que mede o nivel de Ácido Valpróico no mesmo, acho que esse tal de ácido se tornaria tóxico para mim, mas e depois? Bom, depois descobrirei falando com meu psiquiatra, o que importa agora, é que mesmo esse aumento do regulador não segurou minhas mudanças de humor. Não funcionou.

Para piorar tudo, meu psiquiatra recebeu um proposta de trabalho que fez ele sair do local pelo qual ele me atendia, então agora vou ter consultar com o novo psiquiatra que eu nem conheço ainda. Estou decidindo ainda o que vou fazer. Esse novo psiquiatra já deve estar a par do meu caso, pois eles fazem reuniões e discutem os casos antes de um sair e o outro entrar. Sei que o novo inclusive teve uma reunião em que minha psicóloga esteve presente e tudo, mas não sei exatamente até onde eles discutem os casos, a que profundidade vão e etc. Mas sei que ele tem uma ficha minha, que relata desde o início do meu tratamento. Agora fiquei imaginado como o meu caso é visto no local onde faço terapia. Por lá é um centro de estudos também. Será que meu caso é “interessante” será que foi debatido de alguma forma que mantivesse meu anonimato, mas ensinasse algo a alguém? Será que estou no Hall de doenças incomuns de lá? Será que eles tem outros esquizoafetivos bipolares por lá? Fugi do assunto. Voltarei em novo parágrafo, por que hoje estou escrevendo parágrafos muito longos.

VOLTANDO. Não sei se vou falar ao novo psiquiatra sobre o fato de minhas mudanças de humor terem continuado. E mesmo se falar, não pretendo aumentar a dose de antipsicótico. Por isso eu disse que estou mal por opção. Nesse caso tenho duas opções, aumentar o antipsicótico, e deixar de ter as oscilações de humor, mas arrumar um monte de incomodações com maus pais para o meu lado, ou não aumentar porra nenhuma e tentar conviver com essas oscilações e quedas bruscas de humor. E pelo menos por hoje, acho que decido pela segunda opção.

Bom minha gente, cansei de escrever. Por hoje fico por aqui. Ser alguém estiver lendo isso (sei que não estão), estiver preocupado (sei que não estão), ou estiver desejando que eu piore e me mate de uma vez (se alguém leu mesmo, muito provável), saibam que estou me sentindo um pouco melhor depois de ter escrito tudo isso. Não completamente, mas digamos que a sensação opressiva no peito está menor, e acho que agora até consigo ver um pouco de TV. Além do mais, chegou a hora da janta e já vou tomar meus remédios. Beijos e até a próxima.

P.S.: Eu sei que disse que ia postar coisas antigas, mas hoje (de novo) senti necessidade de colocar meus sentimentos para fora. Acho acabarei nunca postando realmente as coisas da época do surto, vamos ver. Desculpem por possíveis erros de ortografia, gramática, e português em geral.

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ansiedade, Rivotril e Perspectiva

Olá. Estou passando porque depois da minha última postagem, vocês (se alguém realmente leu) devem achar que minha vida é uma merda. Ou então que faço drama por qualquer coisa. Bem, as coisas não são bem assim.
Na verdade não é que minha vida realmente seja uma merda, nem que eu seja dramático desnecessariamente, é que por algum motivo eu SINTO as coisas de forma dramática. Quando sinto dor, amor, ódio, culpa, raiva, ciúmes, por exemplo, os sinto desmesuradamente, de modo que perco a perspectiva.
Ao final do meu último post, eu melhorei apenas porque o escrevi, de outra forma eu teria continuado o resto da noite sofrendo e provavelmente teria dificuldades de dormir, pois todos aqueles pensamentos voltariam quando eu fechasse os olhos, para me assombrar e não me deixar descansar em paz. Sei disso porque vária outras vezes foii assim que aconteceu.
Escrever me devolve aquilo que os sentimentos obsessivos me tiram: a perspectiva.
À medida que vou escrevendo (e lendo o que escrevi) passo a conseguir ver as coisas de um outro ângulo, menos emocional e mais racional, pois meu cérebro volta a trabalhar. Não estou mais escravo dos meus sentimentos. Por isso é uma terapia. É isso que se faz numa terapia (pelo menos na minha com minha psicóloga é assim), buscamos uma nova perspectiva (de novo essa palavra). Nós falamos dos problemas, para que possamos ouvir aquilo que nós mesmos estamos falando, e assim, com a ajuda de nossas mentes e do psicólogo, possamos enxergá-los de outra ótica, mais realista, e quem sabe, talvez, consigamos solucioná-los. Caso não consigamos solucioná-los, pelo menos poderemos encontrar uma forma mais saudável de lidar com eles.
Não que eu seja um expert nisso. Para falar a verdade, estou tão calmo e sereno devido a uma cápsula de Rivotril que tomei mais cedo. Rivotril é um ansiolítico, a base de clonazepam, que eu tomo porque depois do primeiro surto psicótico que tive, comecei a ter também algumas crises de ansiedade. Não uma ansiedade normal, boa, daquelas que dá um pouco antes de algo especial ou importante ocorrer, mas uma ansiedade desagradável, difícil de lidar, muitas vezes surgida sem motivo nenhum, daquelas que chega a dar um frio na boca do estômago.
Atualmente tomo Rivotril muito raramente, pois as crises de ansiedade diminuíram bastante nesses últimos meses, graças a Deus. Tomei hoje porque tive uma das crises, depois que fui avisado que meu currículo foi pré-selecionado para uma entrevista a um emprego que quero. Ou não quero, não sei ainda. Sei que o correto teria sido eu ficar super feliz, do jeito que andam as coisas hoje em dia, mas tenho muitos conflitos em relação a trabalho, muitos medos (com fundamentos, devido ao meu passado nessa área) e essa entrevista despertou tudo isso.
Um medo meu é de ter um ataque de ansiedade DURANTE a entrevista. Já pensaram? Eu começo a tremer, o coração parece ficar disparado, suor nas mãos, axilas, rosto vermelho e afogueado e o cara lá sem entender nada. “O senhor me desculpe, é que estou tendo um ataque de ansiedade, deixa só eu tomar esse ansiolítico que passa num instantinho.”
O outro medo é de conseguir o emprego. Minhas experiências passadas com trabalho não são da melhores. Digamos que eu não funciona muito bem quando estou trabalhando. Sabe todo aquele stress que a gente sente quando trabalha? Eu tb sinto, só que da mesma forma como sinto todo o resto, de modo DESMESURADO. É horrível, e se tem muita pressão em cima de mim sinto vontade de morrer. Literalmente, não estou brincando, quer ver o meu lado suicida, me coloca a trabalhar. Todos os dias, durante o trabalho e principalmente depois, eu vou pensar seriamente se devo continuar vivendo ou não. E sabem, depois que eu tentei me suicidar, apesar de não ter dado certo, eu vi que é uma coisa fácil de fazer se você planejar bem. Na hora que você decide realmente fazer, fica muito simples, pelo menos comigo foi assim. Depois de tomada a resolução, eu não sentia mais dor nem nada, era como se os problemas já estivessem resolvidos. Eu era apenas um homem com uma missão. O que deu errado, foi que o medicamento que eu achava que ia me matar por ser tarja preta, na verdade só mata em quantidades realmente absurdas, que eu não tinha disponível.
Depois disso descobri que:
1 - Medicamentos tarja preta não são tarja preta porque matam com facilidade, mas sim porque viciam. Para morrer às vezes é muito melhor um tarja vermelha.
2 – Ritalina misturada com vinho funciona no corpo quase como cocaína, e se você tomar mais do que uma caixa você vai ter a maior “ligadeira” da sua vida. Deve ser útil em festas Rave. Pena que no dia seguinte eu estava em choque demais para aproveitar a viagem. (Estou brincando sobre o aproveitar a viagem) ( Ou não estou, sei lá, adoro viagens causadas por substâncias, apesar de um dia ter usado cocaína e não ter gostado muito)
3 – Leia a bula do medicamento que você vai usar no suicídio. E se possível, use uma calculadora para saber que dose vai precisar. Às vezes eles escrevem até que superdose ele já foi testado e é seguro o remédio. Hoje em dia eu já sei qual remédio usaria e qual dose aproximada que não é segura.
Bom, mas saindo dessa morbidez, vamos voltar ao assunto do trabalho. Além das ideações suicidas, para não me matar e continuar a trabalhar, eu achei outro expediente no passado: Fumar maconha ou beber. Todos os dias, depois de trabalhar, eu fumava minha maconha. Cada vez em maior quantidade. Nas épocas que por algum motivo resolvia largar a maconha, ou acontecia como aconteceu da vez em que tentei me matar, um pouco depois de cair numa depressão em que eu parecia carregar todas as dores do mundo sobre meus ombros, ou eu bebia. Muito. Todos os dias. Vinho Tinto Suave, porque só gosto de bebida doce. Ou melhor, nem gosto de bebida alcoólica, na verdade bebo apenas as que acho menos intragáveis e tenho consciência que é apenas pelo “barato”que elas me causam. Pela fuga da pressão, da dor, dos pensamentos suicidas e das outras coisas que me afligem.
Então, esses são os motivos pelo quais eu fiquei ansioso hoje em relação à entrevista. E provavelmente amanhã também terei outro ataque quando a entrevista se aproximar. Talvez o jeito seja eu tomar um Rivotril antes da entrevista. Apesar de eu não gostar de usar o Rivotril, por ele poder causar dependência, acho que não devo arriscar um emprego por não tê-lo tomado. Além do mais, quando tomo ele, sinto que minha mente fica mais clara. Vamos esperar e ver como estarei amanhã algumas horas antes da entrevista. Talvez não precise. Vou pensar ainda sobre o assunto.
E era isso gente. Fico por aqui. Beijos aos que lerem.
P.S.: Eu sei que disse que ia postar coisas antigas, mas hoje (de novo) senti necessidade de colocar meus sentimentos para fora. Desculpem por possíveis erros de ortografia, gramática, e português em geral.
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segunda-feira, 7 de junho de 2010

AI QUE MERDA!!

Dia horrível. Descobri o novo Orkut da criatura. Aliás, descobri que ele fez um novo Orkut, porque antes de hoje nem sabia se ele tinha feito ou não. Explicando: Rotineiramente, de alguns em alguns dias, eu fuço no Orkut das “pessoas chave” que ele tinha no Orkut dele, que eu favoritei os links para fuçar, imaginando que ele em algum momento ia fazer um Orkut novo (ele "limpou" tudo do antigo) e adicionar algumas delas. Meses se passaram e hoje lá fui eu e BINGO!

Só que isso não é bom. Isso é péssimo.

Estou me sentindo mal, de uma forma quase física devido a esse fato que ocorreu. Ou melhor, devido a estar longe dele. A não poder tocar nele, abraçar ele, beijar ele, fazer amor com ele. Ele ainda tem esse poder sobre mim, apenas pensar nele, ver em minha mente seu rosto, já me faz tremer numa ânsia devoradora que faz eu me sentir mal, péssimo, horrível.

Gente, em outubro, agora de 2010, vai fazer 2 anos que eu terminei com ele! É impossível que as coisas que ele provoca em mim, as coisas que eu sinto por ele, durem para sempre! Quero odiar ele, desprezar, sentir raiva, indiferença, qualquer coisa, mas não amor! Não agüento mais amar ele, dói demais eu sempre sofro, sofro quando estou com ele e sofro mais ainda quando me afasto.

Eu me sinto doente, isso é uma doença, ELE é uma doença, e como pode alguém amar uma doença? Sentir êxtase quando essa doença toma seu corpo?

E agora me acontece isso. Eu sei que eu procurei, mas juro que achei que fosse ser só mais uma busca infrutífera, foi quase que puro hábito (mau hábito), eu não esperava encontrar lá ele, com foto e tudo. E logo agora que eu achava que estava me curando. Logo agora que já doía um pouco menos pensar no passado, logo agora que eu já não pensava nele 100 vezes ao dia. Tinha dias, ultimamente, que eu nem pensava nele. Estava num caminho tão bom. E daí, hoje não resisti, depois de fuçar no Orkut dele inteiro, ver todos os amigos homens (procurando um possível namorado novo, mas só achei amigos da Igreja dele, pelo jeito ele não me mentiu na última vez que nos falamos e está firme e forte na sua fé cristã de Adventista do Sétimo Dia), ver todas as comunidades, fotos abertas e tudo mais, lá foi o Anjo Rebelde e ligou para ele.Da primeira vez chamou algumas vezes e a chamada foi interrompida. Da segunda vez chamou menos vezes e já interrompeu e foi para a caixa postal. Da terceira vez caiu direto na caixa postal. Ainda tentei a casa onde ele mora com os pais (não, ele não é novinho, é mais velho que eu, tem 32 anos), mas não foi ele quem atendeu e não tive coragem de falar com eles. Eu sei que eles me odeiam, consideram que fui eu que levei o filho deles para o caminho da perdição, na verdade, sem brincadeira, eles acham que estou a serviço do Diabo. Talvez que eu sou o Diabo ou tenho o Diabo dentro de mim, alguma coisa do gênero. A própria criatura já me disse isso uma vez pelo MSN, alguns meses depois de eu ter terminado com ele, quando entrei em contato.

Palavra exatas dita por ele: “sim, de fato tu não é mau... mas está a serviço da maldade ou daquele q representa a maldade e eu já te disse e continuarei até o fim da minha vida te repetindo: enquanto tu não deixar de trabalhar para o diabo, ainda por cima de graça, e tendo como recompensa a morte eterna, tu nunca estará definitivamente salvo e liberto dessa escravidão e trevas q a vida lá fora oferece e por anos tu viveu e vivenciou”

Adoro essa frase que ele me disse, me sinto a própria serpente no Jardim do Éden tentando Adão e Eva. Ou melhor, segundo a minha psicóloga, para o meu ex e a família dele, eu sou a própria maçã. Eu já pude constatar que isso é verdade, é por isso que ele tem tanto horror de falar comigo hoje em dia. As vezes que falamos e nos encontramos pessoalmente depois de nossa separação, digamos que, devido a mim, ele não foi tão puro e casto quanto queria ser e quanto a religião dele exige. Não vou mentir, cada vez que seduzo ele e consigo o aquilo que meu corpo anseia (e o dele também, mesmo contra a vontade de cristão do indivíduo) me sinto poderoso, minha auto-estima bate recordes. Mas a verdade é que depois me sinto vazio, por que sei que apesar de ter conseguido ter ele naquele momento, ele agora está mergulhado demais em culpas cristãs, passagens da Bíblia, noções de pecado, Céu, Inferno, Apocalipse e julgamento final, para me dar o seu amor. Logo ele, que por cinco anos me amou quase cegamente, agora é incapaz de me amar. Eu só domino o corpo dele; a alma dele, a mente dele, pertence àquela PORRA DE RELIGIÃO CASTRADORA!!!

Mas esqueçam. As coisas de que falei agora a pouco devem se tornar passado, já fazia mais de 3 meses que não procurava ele, e vou aproveitar que hoje ele não me atendeu para não voltar a procurar. EU AMO ELE, mas ele me faz mal. Vocês sabem aquele namorado que seus pais odeiam, seus amigos não gostam, e que todos, até sua psicóloga que conhece ele, conhece você e sabe TUDO sobre o relacionamento dos dois, dizem para você: Fica longe dele, ele te faz mal.

Pois é, é ele.

Estou me sentindo um pouco melhor agora, depois de ter escrito esse texto. Ia falar para vocês de outra coisa que tinha acontecido antes de eu encontrar o tal do Orkut novo, mas estou meio cansado de escrever e vou contar então rapidamente.

É que ontem e hoje por duas vezes fui cruel, muito cruel com um amigo meu do coração. Às vezes me acontece isso, quando há um conflito de opiniões e se eu sei que a minha está mais correta, eu discuto, debato, e quando a pessoa é teimosa e não aceita que está errada, nem sempre, mas algumas vezes, eu perco a razão falando algo extremamente cruel, mas pertinente ao assunto, que cala a boca da outra pessoa, que fica ferida e estarrecida por achar que eu jamais diria algo assim. Tipo, as pessoas realmente não esperam esse tipo de coisa de mim. E o pior, é que nem eu achava que eu diria algo como as coisas que acabo falando. É como se eu perdesse o controle sobre o que sai da minha boca momentaneamente. Depois fico cheio de culpa, me sinto horrível e acabo pedindo desculpas, mas é só depois de um certo tempo Na hora eu me sinto ótimo, sadicamente ótimo.

Por isso Luz e Sombras o nome do BLOG. Por quê é como eu me sinto por dentro. É como se eu tivesse uma luz muito forte dentro de mim, mas também tivesse uma escuridão, enorme, terrível, que está sempre tentando engolir aquela luz e que às vezes consegue. Daí eu fico, ou deprimido, ou paranóico, às vezes cruel, malvado e sádico. Mas depois a Luz volta a brilhar e tudo muda e eu tenho que lidar com as atitudes que tomei quando estava no escuro.

Hoje quando comecei a escrever esse texto eu estava nas sombras. Agora, acho que estou começando a enxergar novamente a luz. E tenho desculpas a pedir para uma certa pessoa muito querida. Fico por aqui. Beijos aos que lerem.

P.S.: Eu sei que disse que ia postar coisas antigas, mas hoje senti necessidade colocar meus sentimentos para fora. Desculpem por possíveis erros de ortografia, gramática e português em geral.

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domingo, 6 de junho de 2010

First!

Como começar? Tenho um pouco de (MUITA) preguiça de começar do início, estilo “1984, eu nasci” e por aí vai.
Então vamos partir do motivo que me leva a estar escrevendo isso:
Quero um público. Preciso de um público. Algo leva-me a querer me expor, com minhas imperfeições e erros, virtudes e acertos.
Amo e odeio escrever. Já comecei diversos diários por conta própria, mas acabo cansando. Já comecei um diário por recomendação da minha psicóloga, que acha que escrevo bem e que devo praticar de alguma forma, inclusive por motivos terapêuticos, mas também cansei de escrever depois de um tempo. Minha esperança é tendo leitores para aquilo que escrevo, algo mude e eu consiga dar uma continuidade ao que escrevo. Vai ser bom para mim dar continuidade a ALGUMA COISA em minha vida.
Logo que começarem a ler as coisas que escreverei aqui sobre eu e minha vida, talvez vocês cheguem às mesmas conclusões a que chego de vez em quando: De quê eu sou patético, minha vida é patética e que eu deveria, talvez, ter morrido na primeira tentativa de suicídio séria que tive. Talvez vocês nunca mais voltem aqui para ler o que escrevo. Ou talvez vocês resolvam voltar. Mas de qualquer forma eu terei a ilusão de que tenho um público e que minha vida de alguma forma é mais importante e interessante do que realmente é.
Eu sou aqui o Anjo Rebelde. Não digo meu nome verdadeiro por motivos que ficarão óbvios se vocês se tornarem leitores das coisas que escrevo. Quero poder me expor completamente, mas seguro de que ninguém sabe realmente quem sou eu fora daqui. E, às vezes, terei motivo para sentir vergonha e com certeza a sentirei, mas vai ser menor se souber que ninguém me conhece no mundo lá fora.
Escolhi “Anjo Rebelde” porque, por alguma razão, me agrada a idéia de anjos que se rebelaram contra um ser superior, ainda por cima supremo e forma expulsos do paraíso, condenados a viver na Terra pelo resto da eternidade, que sofrem muito mais do que uma pessoa comum por estarem aqui, pois eles pois REALMENTE CONHECERAM um lugar muito melhor do que este em que vivemos e, talvez diferentemente de nós, eles sabem que estão condenados a nunca voltarem para lá. Deus é bondade e amor e justiça, mas não perdão. Se ele o condenar, mantém a condenação até o fim. Pelo menos é o que eu acho.
Bom, continuando minha apresentação, vou falar de algo que parece ser aquilo a que minha vida se resume nos últimos 3 anos: TRANSTORNO ESQUIZOAFETIVO.
Se alguém me perguntar o que eu sou atualmente, responderei que sou um esquizoafetivo. Se me pedir para complementar, vou dizer também que sou um dependente químico em recuperação e que tenho traços de personalidade borderline.
Infelizmente a verdade é que minha vida no momento parece ser apenas meu quadro clínico psiquiátrico. Nem sempre isso foi assim. Ou talvez tenha sido, não tenho muita certeza. Mas acho que ela ficou assim mesmo faz mais ou menos 3 anos, que foi quando tive meu primeiro surto psicótico, com tudo a que tinha direito, de alucinações visuais de pessoas me perseguindo, conspirações armadas contra mim, a até ouvir como se fossem vozes os pensamentos da outras pessoas. Tipo, óbvio que depois disso, minha vida deu uma “leve” mudada, né?
Mas vou falar disso melhor outra hora. Cansei de escrever.
Para finalizar, aviso que minhas próximas postagens serão de coisas que escrevi em 2007, um pouco depois de surtar. Talvez eu faça alguns comentários sobre o que escrevi, mas em resumo vai ser o diário que minha psicóloga me recomendou que fizesse como uma forma de terapia. Depois que terminar de postar aquelas coisas, pretendo postar coisas novas, com a regularidade que meu humor inconstante permitir.
Por hoje fico por aqui, beijos a quem ler.
P.S.: Desculpem por possíveis erros de ortografia, gramática e português em geral.
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