sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Inconstância Emocional

Falei hoje com meu ex ao telefone novamente e dessa vez me lembrei de todos os motivos pelo quais terminei com ele quase 2 anos atrás (foi em outubro). Sim, minha gente, apesar do que possa parecer pelos meus outros posts, não foi ele que terminou comigo, fui eu que dei um pé na bunda dele. Por não agüentar mais sofrer com sua depressão, seu humor inconstante, suas ausências físicas ou emocionais, sua irritação descontrolada e seu, na época em estágio inicial, fanatismo religioso. Ah, faltou falar de suas observações “carinhosas” sobre meu excesso de peso. Era uma das coisas que mais doía. Eu sabia que estava gordo, eu odiava estar gordo, meu peso sempre foi uma obsessão para mim, a ultima coisa que eu precisava era suas observações a esse respeito ou seu “incentivo” para que eu emagrecesse. Eu estava em surto psicótico, porra! Tomando remédios porrada e fazendo terapia para parar de ler os pensamentos das pessoas e achar que existiam conspirações contra mim. Remédios que me davam uma fome insaciável e sono o dia inteiro, mas que eu não podia parar de tomar se quisesse voltar a ser uma pessoa funcional de novo. Eu tinha coisas mais importantes para me preocupar do que com quantos quilos estava. E a verdade é que terminei com ele como parte do processo de recuperação em que havia entrado. É por isso que ninguém que nos conhece quer que eu volte a ficar com ele, meus pais, minha psicóloga, todos que nos conhecem e viram a relação que tivemos, têm medo daquilo que ele e sua doença não tratada podem fazer à minha sanidade recém recuperada.

E hoje, a conversa que tive com ele, me fez lembrar tudo isso de novo. Ele não mudou. A verdade é essa, ele não mudou. Eu mudei, me tratei, continuo a me tratar e a mudar, mas ele continua o mesmo doente que não admite o ser, com a diferença que agora também mente a si mesmo a respeito de sua sexualidade e mergulhou de cabeça pelo caminho do fanatismo religioso.

Não que tudo isso mude o que sinto por ele. Infelizmente, não muda em nada, mas pelo menos me faz pensar e talvez, quem sabe, me dê forças para me manter longe dele. Não acredito muito nisso, porém, a esperança é a última que morre, né?

Mudando de assunto, não ACHEM que tenho algo contra religião... Tenham CERTEZA!

Estou brincando. Cada um acredita no que quer, mas sinceramente, fanatismo acho que não é bom para ninguém. Também acho que uma religião que diz que Deus não lhe ama do jeito que você é, e que irá para o inferno se viver um amor com uma pessoa do mesmo sexo que o seu, definitivamente não é mais adequada para um homossexual.

Eu não participo de nenhuma religião organizada, tenho muitos questionamentos e até hoje não achei nenhuma que responda satisfatoriamente a todos eles. Mas simpatizo com algumas e procuro ter algumas crenças. Esses dias entrei em um blog que tinha um post bem interessante com um texto que procurava explicar por que um budista não deveria acreditar em Deus, com idéias lógicas e bem embasadas. Vou reproduzir aqui o que comentei, já que dessa forma vocês me entenderão melhor:

Sinceramente? Li o texto inteiro (acho que) entendi oq ele diz, mas não posso concordar. Nem discordar. Prefiro não pensar nisso, e quando penso, procuro pensar que um ser, além da nossa compreensão, que é masculino, mas é feminino, que é pai e mãe (não me pergunte como isso é possível, ele é um, mas é dois tb, é o que quiser ser e como eu disse antes, está além de nossa lógica entendê-lo) de todos nós, de tudo que existe e de si mesmo. Procuro pensar que ele tirou a matéria prima da criação de si mesmo e que tudo existe carrega sua essência, plantas, animais racionais e irracionais, pedras, tudo. E que essa essência que existe em nós é criadora e pode ser usado se soubermos acessá-la (isso também vale para animais, plantas, pedras, tudo). Procuro pensar assim para ter o conforto que isso me traz em momentos difíceis. Se eu não procurar pensar dessa forma, tenho medo do que posso fazer, então simplesmente não penso quando não preciso, e quando sinto necessidade procuro pensar da forma que falei. Isso é muito subjetivo. Tem pessoas que conseguem viver sem a crença num Deus, outras sentem necessidade e acreditam, outras ainda procuram acreditar apesar de terem muitas dúvidas, por que quando são dominados pelas dúvidas sentem um desespero quase suicida. Eu sou o último caso.

Agora voltando ao assunto inicial do post, meu ex acaba de me ligar. Dessa vez estava mais calmo e apesar de não ter realmente me pedido desculpa pela forma como me tratou antes, praticamente o fez tratando-me dessa vez com carinho, atenção e dizendo que agora estava me dando a atenção que eu merecia. Não preciso dizer que varri todo o resto da mente e fiquei só com a parte boa da coisa. Coisas do amor...

Eu disse a ele, muito delicadamente e com bons argumentos, que talvez o que ele precisasse fosse de um bom tratamento psiquiátrico. Que talvez ele vivesse uma vida mais plena e feliz dessa forma (e de quebra, eu também, mas isso não disse a ele). Devido aos argumentos que usei (válidos e verdadeiros), ele só pode concordar comigo que talvez isso ajudasse ele, mesmo. Ponto pra mim.

Não combinamos ainda sobre o filme que veremos juntos, mas talvez isso aconteça amanhã. Sei que é errado, pensei em não ligar para ele, não vê-lo, mas é meio inevitável, sabem? Mesmo quando eu estava querendo fazer o oposto, eu já sabia que isso ia acontecer.

Já me sinto culpado por antecedência. Meu amigo vem dormir aqui em casa hoje à noite e eu adoro ele. Na verdade na hora que falei com meu ex pelo telefone e ele foi babaca comigo, a primeira coisa que me veio à mente foi que depois que meu amigo chegasse eu me sentiria melhor. Um pensamento de canalha, mas extremamente verdadeiro.

Mas gente, meu amigo acaba de ligar dizendo que está chegando, por isso tenho que parar por aqui. Beijos aos que lerem.

2 comentários:

Marina T. disse...

Nada que é excessivo é bom, nem fanatismo religioso e nem obsessão com o peso! Acho que ninguém deve negar a si mesmo, a sua própria essência! Bem, por mais que ele não te faça bem, você tem a necessidade dele, mas acho que você deveria tirar um pouco o foco dele, acho que ele tem uma gravidade muito forte sobre você. Não acredito nessas histórias de "aprender" a gostar de alguém, por isso não acho que você deva dar uma chance ao seu amigo, não adianta tentar fazer alguém feliz se esta felicidade não será o suficiente para deixar você mesmo completamente satisfeito, não acho que isso seja egoísmo, mas sim amor próprio! Enfim, pense mais um pouco em si mesmo e fique satisfeito, preste um pouco mais de atenção no seu amigo também, tudo dará certo! Torço por você! ;D
Beijo, Anjo Rebelde! ;*

mjrmirote disse...

Sim cara. Agora fiquei curioso. Q altura c tem q e quanto pesa agora? E quanto pesava antes do tratamento? Eu lembro q cheguei a pesar 79 kg pra 1.80m, hj to com 69, 70 kg. Já q o unico medicamento q to tomando é uma injeção d piportil a cada 60 dias. Tenho só mais uma injeção pra tomar agora e meu psiquiatra me da alta dos remédios. Eu não sei se o seu também é assim. Mas meu psi, acredita q um bipolar possa viver sem medicamento pro resto da vida. Pois com tempo d tratamento, ele aprende a se controlar. Quanto ao q você disse essa questão d achar q lia pensamentos. Não duvide q lia mesmo. Mas não acredite q lia a todo momento. Tem muitas explicações pra saber também o q uma pessoa pensa. Craques em leitura facial e corporal conseguem isso. E pode ter também o lado paranormal q é possível. O cérebro d um "louco", funciona certas areas especícas q se bem treinada ele pode realmente ter essas percepções. Mas se não saber treinar. Não vai passar d puro delírio. Porque t falo isso cara? Quando eu tava em crise acontecia essas coisas imcomuns. Leitura d pensamento e outros fenômenos mediúnicos. Tipo ouvir almas penadas. Tinha muitas vezes q era delírio. Mas tinha vezes q acontecia mesmo e tinha gente pra comprovar. E essas coisas não aconteceram só quando eu estava em crise. Mas depois quando estava me tratando a um bom tempo. Não dizendo q temos um problema puramente espiritual, mas uma coisa meio a meio. Tanto espiritual como mental também.