domingo, 13 de setembro de 2015

Estresses, Raiva e Fúria





Hoje não estava muito inspirado para escrever. Me estressei com meu pai em pleno café da manhã e, como ele é incapaz de pedir desculpas, e eu tenho sérias suspeitas de que, o motivo da incomodação, foi algo que ele fez propositalmente, fiquei bem chateado boa parte do dia. Pensei em não escrever, mas olhando meu diário, agora a noite, achei um texto que se encaixa perfeitamente com aquilo que senti de manhã e até mesmo, em alguns momentos no resto do dia. 


Graças a Deus no meio da manhã me ligou uma amiga muito querida, que apesar de agora estar morando em outro estado, ainda tem um timing perfeito. Me ajudou a melhorar bastante de humor, mesmo que não totalmente. Só não melhorei totalmente por que realmente foi bem forte o que senti depois do estresse com meu pai. Quase como descrito no texto que segue abaixo:



“31/07/2015


Sabem, as vezes sinto tanta raiva, tanto ódio, que parece que vou explodir. E nessas horas,nasce em mim um imenso impulso destrutivo, que preciso extravazar de alguma forma. Chego a me imaginar quebrando tudo ao meu redor, sejam objetos, espelhos, portas, vidros ou janelas.


As vezes sinto revolta com o mundo, com os outros, comigo mesmo. Mas é tudo isso elevado a um nível profundo e altíssimo (kkkkk), tipo level HARD.


Outra fantasia que tenho, é de mim quebrando um espelho com a testa (clichê, né?) e depois usando um dos cacos para cortar os pulsos.


ELES não imaginam, ninguém imagina, mas quebrar a confiança de meus terapeutas tomando uma superdose de medicações, parece uma brincadeira perto dos meios de extravazar minha fúria, que imagino às vezes. Me mutilar com um estilete é apenas um paliativo, para quem não tem coragem de tornar os cortes mais fundos e ver o sangue jorrar até a vida se esvair junto com ele. A fúria, a revolta, que me dominam são normalmente por coisas, fatos, acontecimentos ou situações que não posso modificar. Pela minha impotência perante certas coisas.


Por isso tantas sombras, escuridão e violência em meus quadros. Quer dizer, em alguns. O meu pai queria que eu pintasse paisagens, como no início. Mas só se elas significarem algo para mim. Só se a ideia geral da tela significar algo e me representasse de alguma forma. Tem que ter algum sentido. Até posso pintar paisagens, ás vezes, mas quero mesmo é ser apreciado pelos meus outros quadros. Quero que as pessoas se questionem, entendam, ou apenas aceitem e, de preferência, se interessem pela minha escuridão transposta para a tela em forma de arte. Quero ser amado em toda minha “obscuridade exposta”. E, de quebra(kkkkk), sentir-me aliviado em meus impulsos. Sendo eles destrutivos ou não.”










Agora estou melhorzinho. Esse texto, escrevi no período pós quase suicídio e pré internação e ECT. Fico pensando o que significa eu hoje ter tido pensamentos auto-destrutivos. Será que é normal para alguém que está com medicamentos ajustados e fez uma penca de ECT? Vou ter que relatar para a minha psiquiatra. Espero que não signifique nada de ruim. Em manhãs como a de hoje, penso que apesar de todas as desvantagens que existem, as vezes a internação consegue ser quase melhor do que aqui fora. O pelo menos do que aqui em casa. Mas provavelmente se eu estivesse lá, estaria ansiando pelo dia da alta. Certas coisas são mais complicadas do que parecem. Fico por aqui. Beijos aos que lerem.

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