domingo, 6 de setembro de 2015

Príncipe



Sabem, perdi no início de 2014, para um câncer galopante, meu ultimo namorado. Isso tem feito com que reflita sobre uma série de coisas. Fiz algumas anotações que quero dividir com vocês.


Primeiro foram algumas percepções sobre o “Príncipe”, como vou chamá-lo.


Tive um(a merda de) namorado, anterior ao príncipe, que me salvou uma vez de um assalto. Ignorante como eu era, algumas vezes, já namorando o “Príncipe”, os comparava, pensando que o príncipe nunca me salvara de uma assalto. Hoje vejo que o príncipe, de diversas outras maneiras, salvou-me 10, 20, 30 vezes.

E passou quase todo nosso namoro me protegendo das mais diversas formas. Na verdade ele foi meu protetor desde que o conheci, até o dia em que o vi vivo pela última vez. Ele me amou e cuidou de mim, mesmo após o “término” de nosso namoro. Ele me mostrou o verdadeiro significado de amor incondicional, cuidado, proteção, respeito e devoção. Sem esquecer do companheirismo, é claro.


Mesmo durante sua doença, ele tentava me poupar, me entender e me proteger da situação toda.


Tendo feito essa constatação, não pude deixar de criar a lista abaixo. 






COISAS QUE EU TERIA FEITO DIFERENTE:


· Teria beijado sua boca perfeitamente cuidada;


· Teria feito mais alguns dos passeios pelos quais ele tanto ansiava e visitado seus amigos;


· Teria ido junto com ele e a família naquele passeio no centrinho da praia, como ele tanto queria;


· Teria caminhado com ele;


· Teria dito mais vezes o quanto seu sorriso e seus olhos eram bonitos;


· Não teria jogado aquela bandeja de amendoim, que ele comprou com tanto carinho, no lixo;


· Teria aceitado, ficado feliz, e jamais teria comparado com a que eu ganhei daquela outra criatura, a pantufas com as quais ele queria me presentear;


· Teria valorizado o perfume que ele me deu;


· Teria valorizado ainda mais o Fofo, o Winnie e o Charles, sem jamais deixar que as palavras de outras pessoas negativassem minha opinião;


· Teria dito e demonstrado mais vezes o quanto o amava. 


Mas o passado, ao menos por enquanto e até onde sabemos, é imutável. O que posso fazer é lembrá-lo. E procurar,dentro do possível, não cometer erros parecidos no futuro, com outras pessoas que eu um dia venha amar. Espero que onde o Príncipe está, saiba disso. O quanto me ensinou, o quanto acrescentou na minha vida. Conhecê-lo e tê-lo amado e sido amado em retorno, foi uma das experiências mais enriquecedoras que vivi. E ele foi e continua sendo importante na minha vida. Mesmo que não esteja mais no plano físico, sei que continua sendo um príncipe como foi comigo, com sua familia , enfim, com todos que tiveram a sorte de cruzar sua vida e cativá-lo. 


Príncipe, obrigado e te amo. Beijos ao que lerem.

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