“Eu quero partir, pois nada tem significado. Independente de eu ir ou não. O Vazio vai estar ali e me seguir para onde eu for nesse mundo. ELE é eterno, eu não. Tem que haver um alívio.
Mas não há. O mundo
se repete todo dia, com pequenas variações, para dizer que foi ontem, hoje ou
amanhã. Mas é sempre igual.
E sem sentido. E na
superfície. Mentira. Plástico. Artificial. Nada do que eu faça pode mudar aquela
sensação: a dor, o sofrimento, a miséria e a solidão de saber que ninguém lhe
entende.
Preencho meus dias
superficiais (de mentira), com atividades superficiais (de mentira), quando na
verdade meu maior medo e meu maior desejo são pela única coisa que é imutável e
inevitável nessa vida.
Tudo se resume a
isso: A morte. E como vai agir em relação a ela.
Eu a temo, mas também
a cultuo, pois pode estar nela o alívio eterno da não existência. Do nada. Não há Vazio, onde não há nada. Ou melhor, há. Mas ninguém para
senti-lo.
Vontade de me
machucar.”
17/03/2016
Escrevi isso num dia que acordei chorando e com um sentimento enorme de desesperança. Chorei por cerca de 2 horas e o sol nem havia nascido ainda. Mas depois ele nasceu. Assim como minha esperança renasceu em meu peito dolorido.
O Vazio existe, mas quanto mais atenção nós damos a ele, maior ele se torna. Mas também não podemos ignorá-lo, pois isso também lhe dá força. Sentimentos ignorados e reprimidos, costumam ficar muito zangados.
Estou procurando aprender a lidar com eles. E tentando mostrar educadamente para o Sr. Vazio, para A Sra. Desesperança, para a Madame Depressão e a Srta. Paranóia, que eles realmente estão certos, em alguns aspectos, mas também que estão muito, mas MUITO LONGE, de serem os DONOS DA VERDADE.
Nesse dia minha forma de lidar foi:
Senti vontade de chorar, chorei.
Senti vontade de me machucar, ESCREVI. Sobre os sentimentos que me afligiam. E eles tiveram seu momento de diálogo, de atenção e até carinho e ficaram mansinhos de novo colocando-se no seu devido lugar.
E passou. Eu melhorei e estou aqui para escrever.
Beijos aos que lerem.
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