terça-feira, 5 de abril de 2016

Eu quero partir (Vazio)



“Eu quero partir, pois nada tem significado. Independente de eu ir ou não. O Vazio vai estar ali e me seguir para onde eu for nesse mundo. ELE é eterno, eu não. Tem que haver um alívio.
Mas não há. O mundo se repete todo dia, com pequenas variações, para dizer que foi ontem, hoje ou amanhã. Mas é sempre igual.
E sem sentido. E na superfície. Mentira. Plástico. Artificial. Nada do que eu faça pode mudar aquela sensação: a dor, o sofrimento, a miséria e a solidão de saber que ninguém lhe entende.
Preencho meus dias superficiais (de mentira), com atividades superficiais (de mentira), quando na verdade meu maior medo e meu maior desejo são pela única coisa que é imutável e inevitável nessa vida.
Tudo se resume a isso: A morte. E como vai agir em relação a ela.
Eu a temo, mas também a cultuo, pois pode estar nela o alívio eterno da não existência.  Do nada. Não há Vazio, onde não há nada. Ou melhor, há. Mas ninguém para senti-lo.

Vontade de me machucar.”

17/03/2016




Escrevi isso num dia que acordei chorando e com um sentimento enorme de desesperança. Chorei por cerca de 2 horas e o sol nem havia nascido ainda. Mas depois ele nasceu. Assim como minha esperança renasceu em meu peito dolorido.

O Vazio existe, mas quanto mais atenção nós damos a ele, maior ele se torna. Mas também não podemos ignorá-lo, pois isso também lhe dá força. Sentimentos ignorados e reprimidos, costumam ficar muito zangados.

Estou procurando aprender a lidar com eles. E tentando mostrar educadamente para o Sr. Vazio, para A Sra. Desesperança, para a Madame Depressão e a Srta. Paranóia, que eles realmente estão certos, em alguns aspectos, mas também que estão muito, mas MUITO LONGE, de serem os DONOS DA VERDADE.

Nesse dia minha forma de lidar foi:

Senti vontade de chorar, chorei.

Senti vontade de me machucar, ESCREVI. Sobre os sentimentos que me afligiam. E eles tiveram seu momento de diálogo, de atenção e até carinho e ficaram mansinhos de novo colocando-se no seu devido lugar.

E passou. Eu melhorei e estou aqui para escrever.

Beijos aos que lerem.

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