terça-feira, 3 de agosto de 2010

Prazer e Culpa

Prazer e culpa. Por que será que esses sentimentos parecem andar sempre tão juntos um do outro? Será esse um problema só meu ou algo inerente à humanidade? Não sei. Só sei que nesse fim-de-semana esses dois sentimentos são o que predominaram em minha vida.

Acho que se fosse atualizar meu “Quem Sou Eu” no meu perfil do Orkut me definiria da seguinte forma:

· Um ator;

· Um Canalha;

· Um manipulador;

· Alguém de moral questionável;

· Um Romântico Incurável.

Para começar, no sábado entrei no Orkut do meu ex, que ele ainda não sabe que eu descobri, só para ver se havia alguma novidade. Se algo havia mudado na cabeça dele. No Orkut, nada mudou (depois descobri que na cabeça também não, nem na de cima, nem na de baixo). Daí fui no Facebook dele (que recentemente eu descobri que ele fez) e lá descobri algo de novo: Um álbum de fotos da viagem que ele recentemente fez para o interior do estado, lá no meio do mato, num sítio que ele e a família dele tem e pelo qual ele é apaixonado e euceu, só sei que no Domingo parecia que tinham me dado um afrodisíaco poderoso destinado a me fazer sentir vontade de transar com meu amigo. Talvez fosse o fato de ter transado com outra pessoa no dia anterior. Talvez fosse uma forma de compensá-lo devido à culpa que estava se adorava quando namorávamos.

A questão é: antes, tanto no Facebook, quanto no Orkut novo que nele fizera, ele não estava praticamente colocando fotos de si mesmo, com exceção de apenas uma que eu já conhecia de cor e salteado. Já nesse álbum ele deixou isso de lado e colocou uma pá de fotos onde aparece, de rosto, de corpo inteiro, com o pai, com a sobrinha e várias apenas daquela casinha do sítio que eu conheço tão bem. Isso me perturbou. Todos os sentimentos que eu achei que estava superando, mas que estavam apenas sendo reprimidos na esperança de que desaparecessem, ressurgiram e como resultado eu liguei para ele. Eu já havia ligado para ele esses tempos, mas na verdade foi exatamente quando ele estava viajando e por isso eu não tinha conseguido falar com ele e havia deixado por isso mesmo.

Dessa vez liguei para a casa dele e foi ele mesmo que atendeu. Conversamos como velhos amigos, eu enrolei, enrolei e depois de uns 40 minutos finalmente falei que queria ver ele. Ele disse que não achava uma boa idéia, porque sabíamos que isso sempre acabava “mal”. Definição de mal: eu o seduzo, nós transamos, eu digo que o amo e sempre vou amar, ele diz que isso é errado, que não podemos, que não me ama mais, que só se interessa por Jesus, Deus, Trabalho, mulheres (mesmo nunca tendo tocado em nenhuma até hoje), nessa ordem, e tenta me evangelizar, eu tento convencê-lo que nossos sentimentos são lindos, não são pecado e nem dignos de vergonha, eu vejo que não tem jeito, pergunto então se ele é hétero e não me ama, por quê ele transou comigo, ele odeia que eu faça ele ver as coisas como são e nos separamos até que eu o procure novamente. Mas como escrevi, ele falou que sempre acabava mal. Só que eu disse que dessa vez era diferente, que agora eu sabia que nunca poderíamos ficar juntos (VERDADE), que eu ainda o amo (VERDADE), mas agora entendo que ele virou um moço direito(MENTIRA), seguidor do exemplo de Cristo(MENTIRA) e não fazia mais essas coisas(MENTIRA). Que quero apenas ver ele pessoalmente, olhar para seu rosto e conversar para matar a saudades (nem preciso dizer se essa afirmação é verdade ou mentira, né?). Ele negou terminantemente.

Nesse dia chovia aos cântaros e eu perguntei se caso eu fosse até a casa dele, ele teria coragem de me deixar na chuva e não me receber. Ele disse que eu não devia fazer essas perguntas, deu a entender que deixaria, mas não disse nada explicitamente, e disse que já estávamos falando há muito tempo e tínhamos que desligar. PARA QUÊ?!

Se antes eu precisava vê-lo, se já era uma necessidade, agora era uma questão de honra. Eu precisava saber até onde ia meu poder. RESUMO: Arrumei minhas coisas e saí porta afora para a cidade, vizinha à minha, onde ele mora.

Agora detalhe: Lembram-se daquele meu amigo que eu amo de que falei em outros posts? Eu marquei de ir para a casa dele no sábado à noite e passar lá o Domingo. E ele mora em outra cidade vizinha à que eu moro.

Então lá fui eu, para a casa do meu ex, com uma mochila cheia de coisas para ir dormir na casa do meu amigo. Meu amigo com quem transo. Que está apaixonado por mim. E que no Domingo me disse aquela famosa frase de três palavras. Mas depois falo disso.

*Canalha*

Quando cheguei lá no meu ex, desci na parada atrás da casa dele, o céu desabando sobre a minha cabeça, sem guarda-chuva e liguei para ele. Só disse assim:

-Oi, sou eu, não quer vir até aqui me dar um oi?

Ele:

-Aqui aonde?

-Na parada atrás da tua casa.

Silêncio estupefato na linha.

Daí ele disse para eu ir até a frente da casa dele e sim, ele me recebeu.

*Manipulador*

Sentamos na sala de vistas da casa dele e eu como um bom menino, conversei civilizadamente com ele por 2 horas seguidas. Após o que achei um tempo apropriado, levei a conversa para o lado que eu queria e mais uma vez afirmei que:

A) Agora eu sabia que nunca poderíamos ficar juntos;

B) Eu ainda o amo;

Também afirmei que:

C) Eu ainda não superei a atração que sinto por algo indefinível que ele tem;

E, respondendo a uma pergunta dele:

D) Não, eu não estava completamente satisfeito com minha visita. Havia algo mais que eu queria e ainda não tinha conseguido.

Ele perguntou o que era e eu não respondi. Voltamos a falar de outras, mas lentamente comecei a seduzir ele, e manipular sua mente, e algum tempo depois já o estava tocando, no joelho, segurando suas mãos e mostrando a ele como meu coração disparava quando isso acontecia.

Em segundos eles estava excitado e depois que isso aconteceu, bastou eu não deixar que sua excitação passasse, exceto depois que eu conseguisse tudo que eu queria naquele momento. E tudo que eu queria naquele momento, naquela visita, eu obtive, basta dizer isso.

Prazer, indescritível, incalculável. Mas depois da beleza, vieram as palavras dele, feias, que eu sabia que viriam, mas ainda assim, me machucaram como se fossem inesperadas. Enquanto nos abraçávamos:

-Mas tu sabe que isso não muda nada, né? (Remorso, culpa, carinho, medo de me machucar, mesmo sabendo que ia machucar de qualquer jeito, se misturaram na frase dele)

-Sim, eu sei. (Vazio, resignação, dor)

E após, amenidades, já é noite, tenho que ir embora, ele me leva até a parada, me coloca no ônibus e eu vou para a casa do meu amigo.

Acabei chegando mais cedo que meu amigo, apesar de no ônibus ter dito a ele que meu ônibus estava bem mais atrás do dele, pois como fui de outra cidade que não a minha, achei que fosse chegar mais tarde que ele.

*Ator*

No fim disse a ele que na verdade queria fazer uma surpresa e por isso tinha mentido quando estava no ônibus. E aqui começou a culpa e meu lado ator. Durante a noite de sábado inteira e no Domingo também fui assolado pela culpa. Sei que não tenho namorado. Meu amigo e eu não temos compromisso algum e que ele sabe que eu não sou apaixonado por ele da mesma forma que ele é por mim; mas ainda assim algo em mim se revolta contra a idéia de correr dos braços de um homem para os braços do outro no mesmo dia. Quando cheguei na casa dele, a culpa por diversas vezes me fez sentir vontade de contar tudo a ele. Quase fiz isso na verdade, cheguei a chamá-lo para fazer, mas graças a Deus ele não ouviu. Depois cheguei à conclusão que mantenho até agora: Contar essas coisas só serve para desencargo de consciência. Só para isso e para machucar as outras pessoas. A verdade é que apesar de me sentir culpado, se tudo acontecesse de novo, acho que faria as coisas de novo da mesma forma por absoluta necessidade disso. Eu precisava do que tive sábado, mas também preciso daquilo que encontro nos braços desse meu amigo. Minha noite de sábado e domingo foram ótimos, como todas as vezes que eu fui até a casa dele. No sábado eu não queria que ele transasse comigo, para não ficar com aquela coisa martelando na minha cabeça: Transei com dois homens no mesmo dia. Isso não me faz bem. Mas no fim não resisti e praticamente, pelo que eu fiz com meu amigo no sábado, dá para se dizer: Ele transou com dois homens no mesmo dia.

Paciência. Só o que posso agora é sentir um pouco de culpa. Mas ainda assim:

*Alguém De Moral Questionável*

Daí no domingo aconteceu algo inédito e significativo. Eu e meu amigo passamos para a próxima etapa. Transamos com penetração. Não sei bem como aconteceu, só sei que no Domingo parecia que tinham me dado um afrodisíaco poderoso destinado a me fazer sentir vontade de transar com meu amigo. Talvez fosse o fato de ter transado com outra pessoa no dia anterior. Talvez fosse uma forma de compensá-lo devido à culpa que estava sentindo. Talvez fosse uma mistura dessas duas coisas, mais os atrativos que ele tem por si só e toda cumplicidade que temos um com outro. Só sei que após anos sem ser penetrado por ninguém, eu deixei que ele me penetrasse. È engraçado, cheguei a sentir como se tivesse dado a ele um presente precioso, algo como a minha virgindade, que eu recuperei devido aos anos sem uso.Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Estou brincando, mas é quase isso.

E foi prazeroso, muito prazeroso, mas havia muita culpa misturada: culpa Judaico-Cristã pelo ato em si; culpa pelo fato de estar escondendo algo dele; culpa por ter transando com outra pessoa; culpa pelo prazer que senti ao fazer isso; e finalmente; culpa pelo prazer que sinto apesar de e por essa situação toda.

Entenderam por que no início deste post eu disse que prazer e culpa quase sempre andam de mãos dadas?

Ainda por cima, no domingo de noite meu amigo se virou para mim e me disse que me ama. Ele havia dito isso outra vez por telefone, mas digamos que dessa vez foi mais sério. Ele se virou para mim, olhou nos meus olhos e disse as três palavras. E eu, que sei que não sou merecedor desse amor, se não por qualquer outro motivo, simplesmente porque eu não o amo da mesma forma que ele me ama, fiquei silencioso com uma tumba.

Ele disse que eu não preciso falar nada e fiquei feliz por isso.

Bom, já expliquei o porquê daquele quem sou eu. Só faltou o romântico incurável, mas acho que esse ficou óbvio.

*Romântico Incurável*

Ainda amo meu ex e sofro por isso. Cheguei a acreditar que íamos ficar juntos eternamente, hoje sei que não há como, estamos destinados a ficar separados. Porém, ainda assim, às vezes, acho que vou amá-lo para sempre.

E hoje fico por aqui. Beijos aos que lerem.

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